"Nas entrelinhas"

Hoje eu vou dar uma de contadora de estórias... Será uma fábula, e interpretem-na
de acordo com o que vocês quiserem, aplicando-a ao que se passa na vida de vocês.
Aqui segue...
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Existiu certa vez uma Borboleta amarela que morava numa pequena vila chamada "Vida".
Ela era muito feliz, pois se sentia completa por ter preenchido todos os campos de sua Vida com flores. Todo dia ela própria fazia questão de regá-las, para que também ficassem tão radiantes quanto ela se sentia. Só que, vieram tempestades, trovões, granizos e uma chuva ácida
terrível acabara com seus campos floridos. Surgiram, então, as vespas negras,
bastante temidas na Vida por estarem sempre atrás das flores que a Borboleta cultivava. Foi ai que elas chegaram para a pequena criatura amarela e disseram: " Acreditas mesmo que somente tu cuidando de tudo, farás com que essas flores fiquem cada dia mais fortes? Não seria melhor deixá-las irem conosco a ficarem aqui, contigo, e nada evoluírem, por seres tão retrógrada em teus princípios de cultivo?"
Ao passo que a Borboleta respondeu: " E me digam, então, por que eu faria tal coisa?"
Vespas-negras: " Justamente. Como sabemos que não o fará jamais, pois
tua integridade e sinceridade nos irrita, por que não mudas tua maneira de ver a Vida e
deixas que as flores conheçam novos campos?"
Borboleta: " Durante muito tempo acreditei que essa seria a melhor resposta, mas estava equivocada. Existem certas vezes, certas coisas na Vida que é melhor deixar do jeito que está, mesmo que isso vá custar muito do meu esforço para
crescer e ter asas mais fortes, assim como princípios mais sólidos. Vocês querem o tempo todo
uma mudança para o lado ruim, o que vai contra o que penso de verdade. Acham que
viver voando por ai e arrasando os campos das outras borboletas vai dar a vocês a resposta
para as coisas. Mas não, isso que vocês acreditam ser melhor, é apenas uma falsa alegria plantada por vocês! Não é preciso que eu deixe minhas flores partirem ou que eu mude
minha maneira de ver a Vida para que eu seja aceita ou para que vocês me considerem
melhor. Eu não dou a mínima para isso, pois sei que, um dia, eu ainda hei de rir de vocês,
de como suas atitudes de hoje se tornarão rídiculas no amanhã."
Vespas: " Você nunca vai ser aceita, nunca vai ser nada se continuar o tempo todo nessa Vida regando essas flores. Vamos, deixe-nos levar suas flores, ou, melhor ainda, venha conosco!" Borboleta: "Jamais, eu preferia morrer a ter que abrir mão do que tenho de mais precioso que é a minha essência. Quanto a vocês, tão estupidamente iguais, continuem assim, fazendo um bom trabalho querendo uma ser igual a outra e passando por cima de tudo e de todos. Eu acredito na unidade. Na idéia de que uma só criatura pode ser diferente, e fazer a diferença também. Pretendo ser única e legítima
naquilo que cultivo. Adeus, seres rotuláveis!"
Vespas: " Mas o quê??! Respeita-nos! Ainda irás nos procurar e não mais seremos tão boazinhas assim. Esperes e verás!"
Borboleta: " Ah é? Eu já não me importo mais com vocês, sou imune agora. Já me levaram minhas flores, agora querem meus sonhos? Vamos, vão embora e me deixem VIVER."

E num ímpeto de fúria, sem ação, foram-se as vespas-negras, agora com o orgulho
ferido. A originalidade, sinceridade e singularidade da pequena borboleta foram o suficiente
para manter as vespas negras bem longe dela. O que se tira disso tudo? Dou o direito da interpretação a vocês. Eu já me encaixei no papel da borboleta(a cor não é mera coincidência)
e também já tive de lidar com essas criaturas sombrias... É, mas ainda tenho a minha VIDA
e, apesar de elas terem levado algumas de minhas flores, eu ainda possuo meus sonhos e
sei que com eles eu sou mais forte que as vespas e, também, mais feliz.

Keep flying*~